Porque a droga carnavalesca pode até causar a morte de quem a inala. O princípio ativo do lança, chamado cloreto de etila, dá ao usuário uma sensação imediata de bem-estar: “Causa excitação, euforia e perturbações auditivas e visuais”, diz Moacyr Luiz Aizenstein, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP. Depois, vêm desorientação, depressão e até alucinações. “Em dose maior, o lança-perfume pode provocar desmaios.
Se a pessoa não for atendida, pode entrar em coma e morrer por parada respiratória”, diz Elias Murad, subsecretário estadual antidrogas de Minas Gerais. Mas o lança – cuja posse é punida com até 15 anos de cadeia – só foi proibido no Brasil na década de 60, quando se espalhou seu uso como entorpecente.
Nos primeiros Carnavais do século 20, ele era espirrado nas pessoas para deixar a pele gelada. “Por evaporar rápido, o cloreto de etila retira o calor da área onde foi aplicado”, diz Elisaldo Carlini, diretor do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas.