de 2017


18/08/2010

Os Hitleres do Uruguai


Em pleno século XXI e a milhares de quilômetros da Alemanha o fantasma do ditador nazista rondou este mês pelo país sul-americano, quando na pequena cidade de Tacuarembó, no norte do Uruguai, um homem de 70 anos matou com um tiro sua companheira de 38 e depois se suicidou.

Seria apenas mais uma nota no jornal se não fosse pelo autor do crime se chamar Hitler Aguirre Fuentes, um nome que passou para seu filho e que compartilha com pelo menos outros três compatriotas, cada um com uma história mais curiosa que a outra.

Um deles, Hitler Ignacio da Silva, de 71 anos, nascido em Rivera, fronteira com o Brasil, explicou à Agência Efe que deve o nome a seu pai, um policial que, não contente, tentou registrar o outro filho como Mussolini, mas a mãe das crianças não deixou.

Silva, que junto com Aguirre chegou a protagonizar um documentário chamado "Dos Hitleres" (Dois Hitleres), garante que nunca quis trocar de nome, apesar das confusões na infância e de vários hotéis terem negado hospedá-lo em uma viagem que fez a Buenos Aires.

No caso de Hitler Gayoso - de 75 anos, que vive em Montevidéu -, a responsável foi sua mãe, uma humilde camponesa que teve 12 filhos. Os jornais da época eram sua fonte de inspiração.

"Ela achou que era um nome lindo", justificou Gayoso, que já pensou em pedir a um juiz para trocar de nome, mas desistiu porque antigamente "era muito complicado".

Juan Hitler Porley - de 67 anos, morador de San José, estado vizinho a Montevidéu -, explica que recebeu esse nome por ter nascido em 1943, em plena Guerra Mundial.

"Os meus pais me batizaram assim porque acharam que o nome soava bonito. Colocaram Hitler como poderiam ter colocado o nome de um cantor famoso da época", relata.

A razão deste curioso fenômeno, segundo o diretor do Registro Civil uruguaio, Adolfo Orellano, é que, durante a primeira metade do século passado, quando o Uruguai abriu suas fronteiras à cultura de diferentes países do mundo, "não havia nenhum controle nos registros dos nomes".


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