
Meia hora depois, como ele não voltava, a familia estranhou. 0 pai, Christian Ashmore, acendeu uma lanterna e, junto com a filha mais velha, Martha, saiu à procura de Charles. Tinha caído um pouco de neve naquela tarde, e as impressões dos pés de Charles estavam bem nítidas.
Chegando ao meio do caminho para o poço, pai e filha pararam, surpresos: o rastro de Charles, na neve, sumia de repente. O resto do caminho até o poço estava intocado, branco. Parecia que o rapaz tinha alçado vôo.
Para não estragar o rastro, ambos deram uma volta até chegar ao poço. Lá descobriram outra coisa chocante: a água do poço estava coberta por uma fina camada de gelo, obviamente sem ser perturbada há horas. Charles não chegara ao poço. Voltando para casa, notaram que a neve dos dois lados do caminho também estava sem pegadas. Naquela noite Charles não apareceu.
Nem nas noites seguintes. . .
Quatro dias depois, a mãe do rapaz, angustiada, foi ao poço buscar água. Quando voltou à casa, estava chorando sem parar e dizia ter ouvido a voz do filho chamando por ela. Com a ajuda dos vizinhos, a família recomeçou a procurar Charles. Sem resultado. A imaginação e angustia da mãe poderiam explicar esse fenômeno.
Mas, dias depois, os outros membros da família e até os vizinhos escutaram a voz de Charles chamando. A partir daí várias vezes essa voz fez-se ouvir, até desaparecer completamente no verão seguinte.
Este caso foi muito estudado pelo pesquisador Ambrose Bierce, que anos mais tarde, também sumiu de forma misteriosa, sem deixar vestígios, quando visitava o México em 1914. Será que também ele, como anteriormente Charles Ashmore, desapareceu num "buraco" da terceira dimensão para chegar à quarta dimensão e depois não conseguiu voltar? Ou será que a ciência moderna é capaz de oferecer uma explicação mais razoável para tais desaparecimentos?
Extraido de Portas para a Quarta Dimensão
Imagem: Project July