Uma gueixa é uma mulher treinada nas artes da música, da dança e do entretenimento. Gueixa em japonês (Geisha) significa "pessoa que vive das artes". Ela passa anos aprendendo a tocar diversos instrumentos musicais, dançar e ser a anfitriã perfeita e confidente de seus hóspedes.
Contrariamente à opinião popular, as gueixas não são um equivalente oriental da prostituta. Elas não trabalham com sexo. Podem chegar a flertar, mas seus clientes sabem que não irá passar disso, e esse é o fato que muitos homens se encantam com a cultura de uma gueixa.
A gueixa entretém por intermédio de canto, música, dança, relato de histórias, atenção e flerte. Ela pode conversar sobre política com a mesma desenvoltura com que explica as regras de um jogo. Em uma época em que as esposas japonesas eram excluídas da vida pública, as gueixas eram as mulheres que podiam exercer o papel de anfitriã em uma reunião de negócios.
No início, as gueixas eram homens e eles trabalhavam com entretenimento por todo o Japão. As restrições sociais determinavam que as mulheres não poderiam oferecer diversão em uma festa. Esses homens cuidavam das conversas, faziam performances artísticas e faziam elogios a convidados, nobres e outros membros da aristocracia.
Por volta do século 18, surgiram as primeiras gueixas femininas. Há muitas histórias sobre as origens dessas mulheres. Uma delas relata um grupo de artistas que tirava o trabalho de prostitutas cantando e dançando em festas. Outra conta que havia uma prostituta entrando em decadência e que, em consequência disso, começou a desenvolver o trabalho de gueixa para ganhar um pouco mais e acabou sendo um sucesso na nova atividade. Independente de como surgiram as gueixas femininas, elas eram consideradas uma ameaça para os bordéis e não eram contratadas por estabelecimentos deste tipo.
À medida que o tempo passava, em especial durante os tempos de recessão no Japão, o sucesso das gueixas fez com que os pais com baixa renda vendessem suas filhas para uma casa de gueixas (chamadas de okiya). Essas meninas eram treinadas desde os cinco ou seis anos para se tornarem gueixas bem sucedidas e ressarcirem à okiya o custo do treinamento. Atualmente, jovens escolhem ser gueixas da mesma forma como escolhem ser médicas. Elas normalmente começam o rigoroso treinamento depois do ensino fundamental. Mas, apenas as mais dedicadas chegam ao status de gueixa.
Uma gueixa tem o poder de decidir se quer ter relações sexuais com um cliente com quem tem um relacionamento mais íntimo. Isso, entretanto, não é parte do trabalho e tampouco algo de uma noite apenas. A relação entre uma gueixa e o danna (benfeitor) é de longo prazo: a cerimônia de união entre os dois é semelhante à cerimônia de casamento japonesa. Quando decidem terminar a relação, eles se submetem a uma outra cerimônia a fim de estabelecer o "divórcio".
Na década de 20, havia 80 mil gueixas registradas. Durante a Segunda Guerra Mundial, as pessoas não tinham dinheiro para festas de gueixas e elas acabaram por trabalhar nas fábricas. Quando o Japão foi ocupado nos anos 40, a atividade das gueixas era ilegal. No início dos anos 50, as gueixas retornaram ao trabalho, mas a profissão nunca voltou a ser o que era. Em 1970, havia 17 mil gueixas no Japão e hoje há menos de mil. A maioria das gueixas de hoje escolheram a profissão devido a sua natureza romântica e artística ou porque é um negócio de família. Mesmo quem consegue o status de gueixa pode desenvolver a atividade por alguns anos até entrar na universidade ou casar. As gueixas de hoje são mulheres modernas cuja carreira envolve recriar o passado.
Elas nunca desistiram e se tornaram uma das culturas apenas conhecida por serem chamadas de "artistas". Um mundo misterioso, consumido por glamour, sedução, beleza e talento é aquele que nunca vai se tornar realmente compreendido.
Fontes 1 - 2