
Por mais de quatro décadas, a egípcia Sisa Abu Daooh era o arrimo de sua família, o que é bastante incomum para a sociedade patriarcal onde ela mora. O que é mais incomum é a forma como o fez. Vestindo-se como um homem! Agora com 64 anos, Abu Daooh está sendo homenageada pela instituição Social Solidarity Directorate of Luxor.
Sisa perdeu o marido quando ela tinha 21 anos e estava grávida. Após o nascimento de sua filha, ela ficou sem dinheiro e sem fonte de renda. Uma vez que a cultura local não permitia mulheres no local de trabalho, ela não teve opção a não ser vestir-se como um homem. Seu disfarce consistiu de um 'hijab', um manto de corpo inteiro solto com mangas largas juntamente com um turbante branco, ou o chapéu de homem chamado 'Taqiyah' e sapatos pretos.
Vestida desta maneira, Sisa passou vários anos trabalhando na construção civil. Inicialmente ela sustentava apenas a sua filha mas, há alguns anos atrás, e já depois da filha ter casado e ter os seus próprios filhos, uma doença incapacitou o seu genro e Sisa teve de continuar a trabalhar para sustentar toda a família.

“Eu preferi arranjar trabalhos duros como carregar tijolos e sacos de cimento ou engraxar sapatos, do que pedir esmolas na rua para ganhar dinheiro para a minha sobrevivência e da minha família”, declarou com orgulho.
“Para me proteger dos homens e dos seus olhares e para evitar que me discriminassem devido às tradições, decidi ser um homem e vestido como eles trabalhei em outras aldeias onde ninguém me conhece". Mesmo tendo seu segredo revelado, devido a exposição na mídia, Sisa Abu Daooh continua a engraxar sapatos, tendo uma vida decente.
"Minha mãe é a única que sustenta a família", disse a filha de Sisa, Houda. "Ela acorda todos os dias às 6 da manhã para começar a polir sapatos na estação em Luxor. Eu carrego as ferramentas de trabalho para ela já que está em idade avançada".
O esforço de Sisa lhe rendeu um prêmio da Solidarity Directorate of Luxor. Infelizmente, isso não coloca comida na sua mesa.
[Oddity Central]

