de 2017


04/05/2015

Chilena adota bebês mortos abandonados para que ela possa enterrar seus corpos



Temos visto muitas histórias de pessoas amáveis ​​que adotam crianças, mas esta é a primeira - uma mulher chilena que adota bebês mortos! Alimentada pela forte crença de que cada bebê merece uma despedida apropriada, ela oficialmente adota bebês abandonados que são encontrados mortos para que ela possa organizar funerais para eles.

Tudo começou há 12 anos quando Bernarda Gallardo leu uma notícia em um jornal local sobre um bebê abandonado em Puerto Montt. "Eles mataram e jogaram um bebê recém-nascido no monte de lixo", dizia o artigo. Bernarda, que estava em processo de adotar uma criança na época, ficou horrorizada com isso. Ela percebeu que se o bebê tivesse sobrevivido poderia ter chegado a ela para adoção. Então, ela decidiu fazer algo sobre isso.

"Se você receber um bebê que está vivo, você vai vesti-lo, alimentá-lo e colocá-lo em um berço", explicou ela. "Se o bebê chega morto você tem que ter um caixão e dar-lhe um enterro decente".

Mesmo antes que ela pudesse obter uma cova para o bebê, ela já havia chamado a criança de 'Aurora', em homenagem à deusa romana do amanhecer, porque ela acreditava que o bebê trouxe luz para a escuridão. Então, ela começou o processo burocrático longo e árduo de se apoderar do bebê. No Chile, a lei estabelece que se um corpo não é reivindicado por um membro da família, é classificado como "restos humanos", sendo eliminado juntamente com outros resíduos cirúrgicos.


Bernarda tinha que agir rapidamente para impedir que isso acontecesse para Aurora, e ela conseguiu. Os médicos examinaram o corpo do bebê para determinar que a criança estava realmente viva após o nascimento e, só após um tempo, faleceu. Ela teve de adotar Aurora formalmente, em um complicado processo legal. O juiz encarregado do caso estava cético - ele pensou que Bernarda poderia ser a mãe biológica de Aurora, e só queria o bebê, porque ela estava se sentindo culpada pelo assassinato.

Mas Bernarda foi capaz de convencer o juiz de suas intenções, após o que a adoção foi concedida. Foi a primeira vez no Chile, e talvez também no mundo, que alguém adotou uma criança morta. Muitos meses depois de ter iniciado o processo, Bernarda finalmente teve a permissão para sepultar o corpo de Aurora.

O funeral se tornou um assunto público, e, surpreendentemente, com a participação de 500 pessoas - crianças, médicos, enfermeiros, repórteres locais, o próprio juiz, e as pessoas que estavam seguindo o progresso da história nos jornais locais. Bernarda lembra a atmosfera na cerimônia naquele dia - diz ela que era como uma grande festa de aniversário e uma celebração da vida de Aurora.

No dia seguinte, houve notícias de um outro corpo encontrado. Desta vez, um menino. Bernarda ficou novamente devastada, e recomeçou o processo. Nomeado por ela de Manuel, ele também ganhou um funeral. Ela passou a fazer o mesmo por mais dois bebês - Victor e Cristobal - e está atualmente em processo de adotar outra menina, chamada Margarita.


Com o tempo, ela percebeu que muitas mulheres com gravidez indesejada ou mulheres que são muito pobres acabam abandonando seus bebês. De fato, as estatísticas oficiais no Chile mostram que cerca de 10 desses bebês são encontrados a cada ano, mas o número real é esperado ser muito maior.

"Muitas das mulheres são jovens, geralmente vítimas de estupro e incesto”, disse ela. "Os estupradores são, muitas vezes, membros da própria família".

Por já ter sido vítima de estupro, Bernarda é capaz de se relacionar com essas mulheres. Ela deu à luz a uma menina, aos 17 anos, logo depois que ela foi violentada, mas foi capaz de manter e criar sua filha. "Depois que eu fui
estuprada, eu tive sorte o suficiente de ser capaz de seguir em frente, por causa do apoio que recebi de meus amigos. Mas se eu estivesse sozinha, talvez eu tivesse feito bobagens", admitiu.

Então, Bernarda decidiu aceitar a missão de educar o seu povo sobre o assunto. Ela começou colando cartazes nas paredes, declarando: "Não jogue seus bebês no lixo".

"Por que bebês estão sendo deixados para morrer quando existem pelo menos quatro famílias prontas e esperando e na condição certa para adotar uma criança indesejada?" Ela questiona. "Em vez de matá-los, é preciso leva-los para adoção!".


A única missão de Bernarda é dar a estes bebês mortos a sua dignidade, "para que eles tenham um lugar para descansar em paz”, disse ela. Inspirado por sua história original, o cineasta chileno, Rodrigo Sepúlveda, fez um filme intitulado Aurora, que está sendo exibido em festivais de cinema ao redor o mundo.

Enquanto isso, Bernarda costuma visitar as sepulturas dos filhos que ela tem enterrado, e se emociona ao perceber que, às vezes, outras pessoas já visitaram e deixaram flores.


[Oddity Central]

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