Pode uma mulher engravidar quando já está grávida? A resposta surpreendente é sim, esta situação curiosa é denominada como superfetação, um tipo de gravidez múltipla rara, tendo sido descritos apenas cerca de 10 casos até o momento, mas que pode acontecer.
A superfetação é um evento raríssimo em que ocorre a gestação simultânea de dois embriões em estágios de desenvolvimento diferentes em uma mesma fêmea. Isto só acontece se ela for capaz de ser fecundada mesmo já tendo um embrião em gestação em seu útero.
Para isso, a fêmea grávida deve ovular (na verdade, ovocitar, pois a célula liberada pelo ovário é um ovócito e não um óvulo) no ciclo seguinte ao qual engravidou pela primeira vez.
A superfetação é muito mais comum em certas espécies de animais, como roedores, cavalos, ovelhas e primatas. No caso dos seres humanos, acredita-se que estão associadas ao uso de medicamentos que induzem esse processo para fins reprodutivos em pacientes que tenham problemas reprodutivos. Além disso, elas costumam ocorrer em dias próximos quando os tratamentos de fertilidade, tratamentos hormonais são realizados ou tem síndrome de hiperestimulação, entre outros.
A superfetação não deve ser confundida com a superfecundação, que é a ocorrência de duas ou mais fecundações simultâneas por espermatozoides de pais diferentes. Na verdade, a superfetação é um tipo específico de superfecundação que ocorre em ciclos reprodutivos diferentes.
O primeiro relatório de superfetação em humanos é de 1932 e foi publicado por Oskar Föderl. Casos mais recentes conhecidos ocorreram em 2007 no Reino Unido onde Love and Lia Herrity foram concebidos com intervalo de três semanas por seus pais Amelia Spence e George Herrity e Charlotte e Matt Mullineux conceberam seus filhos Harriet e Thomas Mullineux com um pouco mais de três semanas de intervalo. O caso mais recente ocorreu em 2010, quando a americana Julia Grovenburg concebeu dois filhos com duas semanas de intervalo.
